A Serra de Montejunto é o mirante natural mais alto da Estremadura. Trata-se de uma estrutura geológica rica em algares, grutas e lagoas residuais.
Localizada no extremo Sul do concelho do Cadaval e a Norte do concelho de Alenquer, orientada de Este para Oeste, a Serra de Montejunto, classificada como paisagem protegida, eleva-se a 666 metros acima do nível médio do mar. A Serra é constituída por um maciço calcário onde dominam altas escarpas e gargantas apertadas.
Devido à sua orientação e ao seu revestimento vegetal, a Serra constitui, no Eixo Montejunto-Estrela, uma importante fronteira climatérica que separa o Norte e o Sul do país. Os valores médios anuais de temperatura do ar variam entre os 12,5º e os 16º. A insolação da Serra varia de 2400 a 2600 horas/ano. Nos dias de céu limpo, vê-se toda a paisagem que vai das Berlengas à Arrábida, incluindo as serras de Sintra e as de Aire e Candeeiros e a lezíria do Tejo.
O revestimento vegetal da Serra de Montejunto é essencialmente constituído por manchas de espécies arbóreas de castanheiros, sobreiros, carvalho e pinheiros, intercaladas com áreas de cultivo e pastoreio. Modernamente, e após grandes fogos, a Serra está a ser invadida por uma espécie exótica – o eucalipto.
Desde os tempos pré-históricos que a Serra de Montejunto tem sido uma área de ocupação e fixação do Homem. Exemplo disso mesmo são as estações arqueológicas, grutas, acrópoles e necrópoles, algumas já estudadas por arqueólogos de renome internacional.
Do seu valioso património destaca-se a Capela da Senhora das Neves, as ruínas do primeiro convento dominicano construído em Portugal, a ermida de São João Baptista, as ruínas da real Fábrica do Gelo, entre outras.
A Real Fábrica do Gelo, também referida como Fábrica da Neve da Serra de Montejunto, única no país, é um dos raros exemplares de seu género existentes na Europa e, em termos de tecnologia, à época, uma das mais avançadas.
A edificação desta Fábrica de Gelo que abastecia a cidade de Lisboa é atribuída aos frades dominicanos, em época anterior a 1741. Terá custado 40 ou 45 mil cruzados, despesa elevada, à época. O consumo crescente do gelo no século XVIII terá motivado a construção da Real Fábrica do Gelo em Montejunto, que seria a única serra, de entre um conjunto de elevações próximas de Lisboa, que oferecia as condições climatéricas necessárias à congelação da água durante a estação invernosa.
A sua localização apresentava grandes vantagens sobre o principal centro abastecedor de neve, a serra do Coentral, situada na extremidade sul da serra da Estrela, e a Lousã.
A atividade terá terminado nos finais do século XIX, de acordo com o testemunho dos mais idosos da aldeia de Pragança, a qual seria, possivelmente, a principal fornecedora de mão-de-obra para a fábrica. De facto, encerrou-se em 1885, superada que foi pela introdução das primeiras formas de gelo industrializado no país. Classificada como Monumento Nacional desde 1997, foi objeto de intervenção de conservação e revalorização por iniciativa da Câmara Municipal do Cadaval, com a colaboração do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), e reinaugurada em 27 de março de 2011.
Mas a Serra de Montejunto, além do seu inestimável valor em termos naturais, possui uma importante concentração de moinhos de vento ainda em funcionamento, ou em razoável estado de conservação. Vale a pena procurá-los e contemplar os horizontes que daqui se podem desfrutar, aproveitando para admirar estes engenhos que tanto fascinam os mais novos. Bem no alto da Serra, na localidade de Vilar, junto ao Cadaval, ergue-se o Moinho de Avis, que datará do princípio do séc. XIX e que foi restaurado com a traça original pelo seu dono, um aficionado da molinologia que poderá acolher a sua visita.
A Serra de Montejunto também reúne condições magnífica para a prática de diferentes tipos de desportos: escalada, parapente, passeios pedestres e de BTT, corridas pelos trilhos (trail), Geocaching, entre muitos outros.
Conheça a varanda mais alta da Estremadura – Serra de Montejunto!
Não perca tempo…desfrute!