Hugo Vau surfou uma das maiores ondas de sempre na Nazaré

5-file-5

“A Praia do Norte, na Nazaré, é especial e, por isso mesmo, esteve e estará sempre no meu coração.” As palavras são de Hugo Vau, um entusiasta da natureza, viajante intrépido e surfista apaixonado.

Hugo Vau, atualmente com 40 anos de idade, iniciou a sua relação com a Praia do Norte em 2007, desafiando, então, algumas das maiores e mais assustadoras ondas do planeta.

Conquistou a presença em duas finais dos WSL- XXL Big Wave Awards na categoria de “Maior onda do Mundo”, com ondas gigantes surfadas na Nazaré, feito histórico no surf português.

Image-5.png - cópia

Travel4West (T4W) – Com que idade começou a sua paixão pelo surf?

Hugo Vau (HV) – A minha paixão começou, antes de mais, pelo mar e, só depois, mais tarde, é que descobri o surf. Em criança, quando estava de férias com os meus pais, adorava brincar no mar. Nunca me senti intimidado porque, desde muito cedo, que pratiquei natação e, por conseguinte, adorava estar na água. Recordo-me que, na altura existiam à venda nas praias pranchas de esferovite que faziam as delícias das crianças. Eu próprio também comecei a pedir uma aos meus pais para poder passar cada vez mais tempo no mar. Num determinado ano, especificamente no Natal, os meus pais ofereceram-me uma prancha de bodyboard em vez de uma prancha de surf. Na altura, as pranchas de surf eram extremamente caras e os meus pais optaram por me comprar uma de bodyboard. Mesmo sem barbatanas, eu entrava no mar com a prancha de bodyboard e fui extremamente feliz durante cerca de cinco anos. A água sempre fez parte da minha vida porque, durante muito tempo, fui nadador profissional.

3-file4-2

T4W – A Praia do Norte, na Nazaré, é um local especial para quem gosta de surfar ondas grandes?

HV – Sem dúvida! Em 2011, integrei a equipa que fazia parte projeto do North Canyon, que tinha como grande objetivo divulgar a Nazaré ao mundo. A Praia do Norte é especial e, por isso mesmo, esteve e estará sempre no meu coração. Trata-se de um local especial com ondas fabulosas. Nos últimos três anos, as proporções aumentaram cada vez mais e, hoje em dia, a Praia do Norte atrai surfistas de todo o país e de todo o mundo.

1-2017-11-09-PHOTO-00000035 - cópia

T4W – Quantos anos esteve à espera para apanhar a maior onda de sempre na Praia do Norte?

HV – O meu desejo de apanhar uma onda gigante já durava há cerca de 10 anos, mas a dedicação a 100% apenas começou há sete. Habitualmente, estava dois meses na Praia do Norte de forma permanente. No último inverno, graças ao apoio da Mercedes e da Prio, consegui estar cinco meses e, no final, os resultados surgiram. Resumidamente, foram 10 anos de paixão e sete de dedicação à Praia do Norte.

T4W Surfou uma onda provavelmente tão grande como a do tsunami que devastou Lisboa em 1755. É caso para dizer que o perigo foi grande e evidente?

HV – Surfar ondas gigantes é considerado um desporto de extremos porque caso ocorra um pequeno erro poderá surgiu uma grave consequência. Existe de facto perigo de vida, mas para evitar que algo aconteça é necessário treinar muito e bem.

7-file-9 - cópia

T4W – Sente-se perseguido por uma avalanche quando está a surfar uma onda gigante?

HV – A sensação é precisamente a de estar a fazer snowboard com uma avalanche atrás. No entanto, é necessário chamar a atenção para o facto de que o perigo existe tanto nas ondas grandes e como nas pequenas. É preciso ter especial atenção para a forma como a onda rebenta. Mesmo nesta perspetiva, a Praia do Norte é uma enorme surpresa porque apresenta desafios contantes e, por conseguinte, os surfistas não podem nem devem facilitar.

8Image-9

T4W – Quando se encontra no topo da onda sente medo ou adrenalina?

HV – Não permito que o medo “entre” no meu corpo. Estou onde quero e a fazer o que mais gosto. Portanto, sinto gratidão e disfruto o momento ao máximo. Sinto amor pelo surf e pelo mar.

6file-7 - cópia

T4W – O surfista, Garrett MacNamara, deixou a sua marca nas ondas gigantes. Também pretende deixar a sua?

HV – Apesar de surfar há muitos anos com o Garrett MacNamara, admito que gostava – como português – de poder deixar um legado para os atletas nacionais. O Alex Botelho, por exemplo, também já se encontra a realizar um trabalho magnífico a nível mundial nas ondas grandes. Neste momento, eu e o Alex estamos juntos e formamos uma equipa com selo 100% português.

file-9

 

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s